Sic | Como São Os Novos Programas? Sucesso? Fracasso?

sexta-feira, janeiro 10, 2020

A SIC começou 2020 a lançar 2 novos programas. Depois do boooom, venho dar-vos a minha opinião.

Desde 2019 (após a ida da Cristina Ferreira para a estação) que a SIC lidera audiências; este ano não quis entrar a perder e estreou dois programas que prometiam ser diferentes: A Máscara e Amigos Improváveis. Ainda estava em Paris quando comecei a ouvir falar destes. Na altura li imensas opiniões sobre ambos os programas e, não sendo eu fã de ver TV (prefiro YouTube ou Netflix), decidi que assim que voltasse para Portugal ia vê-los e ter a minha própria opinião.

A Máscara

Após ler imensas opiniões positivas sobre este programa, quando comecei a ver fiquei um pouco baralhada com o objetivo do mesmo. Deixem cá ver se vos consigo explicar: há uns moços ("famosos") que se escondem numa máscara fabulosa e cantam (bem ou mal), há um júri que tenta adivinhar quem é que se esconde atrás da máscara, há um público presente no estúdio que escolhe quem fica e quem sai e depois há o João Manzarra a apresentar...

Os mascarados apresentam-se num vídeo, atuam, o júri (que de música percebe 0, tirando a Sónia Tavares) tenta descobrir quem são e depois 2 a 2 o público escolhe quem fica e quem fica em risco de sair e desvendar quem. São personalidades de várias áreas, a primeira máscara a ser desvendada foi o Jel e a segunda foi a Diana Pereira (quem eu nem sei quem é, desculpem ser inculta). O João Manzarra conduz o programa e sinceramente, depois da "Árvore dos Desejos", esperava muito mais (aposto que esperávamos todos).

O júri dá palpites, a maioria totalmente ao lado (acho que os vi acertar 1 pessoa), porque não é mesmo fácil identificar a malta apenas pela voz e estatura, mas o público do estúdio é que vota através de uma app quem fica e quem sai. Então, fiquei sem perceber para que serve o júri...? Apenas para palpitar? E depois o júri não tem piadinha nenhuma, a sua composição é estranha (Sónia Tavares, Jorge Corrula, César Mourão e Carolina Loureiro)...

Como já perceberam, não gostei do programa, achei uma valente seca (e olhem que vi os dois programas), sem pés nem cabeça e a única coisa engraçada são mesmo as máscaras, que são excelentes. Aquilo pareceu-me uma imitação de "A tua cara não me é estranha" (afinal é uma performance musical e de dança), mas em vez de termos famosos muito bem caracterizados, temos máscaras... Opá sinceramente não consegui perceber o porquê de tanto buzz. Se calhar devido a tanto buzz, esperei algo muito melhor e em grande.

Amigos Improváveis

O objetivo do programa é simples: juntar 2 gerações totalmente diferentes (jovens e 3ª idade), colocá-los a viver juntos por um período e acompanhar a adaptação e evolução de ambas as gerações. Os mais velhos escolhem o jovem com quem querem partilhar a experiência, "levam-nos para casa" e partilham o dia a dia. O interessante deste programa é acompanhar o que os mais velhos têm para ensinar aos mais novos e vice versa.

O programa é literalmente uma experiência social que me parece ter como missão transmitir uma mensagem muito importante: devemos viver a vida mais desligados das redes sociais e internet no geral e dar atenção a todos aqueles que nos rodeiam, pois muitas vezes têm imensa coisa para nos transmitir. Vocês sabem que dou aulas numa Universidade Sénior e tenho de confessar que acho maravilhoso este programa, porque eu própria sinto nas aulas que aprendo imensa coisa com eles.

Uma coisa que achei engraçada, foi que a marioria dos séniores não terem internet em casa e muitos deles nem rede têm. Para a nossa geração, parece-me ser um autêntico desafio, afinal vivemos todos "ligados à ficha"... Achei também bastante engraçado os candidatos do programa, pessoas anónimas, pessoas genuínas, "gente como a gente". Gostei da apresentação da Andreia Rodrigues, acho-a sóbria mas ao mesmo tempo bastante empática e capaz de prender as pessoas ao programa (à semelhança do que já nos tem vindo a acostumar).

No caso deste programa, li e ouvi algumas críticas sobre os jovens escolhidos, que eram uma má amostra da nossa juventude. Confesso que fiquei à espera de vver algo completamente gritante (tipo Cátia Palhinha da Casa dos Segredos), mas não... Acho que são pessoas absolutamente random, jovens normais e que representam bem a nossa realidade. Óbvio que temos a malta dos Instagrams, dos Youtubes e dos Whatsapps... Mas é a nossa realidade, right? Não me chocou e não percebi tanta crítica, até achei que tinha lá jovens com histórias de vida bem interessantes.

Neste caso, é óbvio que gostei do formato. Não é o meu favorito, não (que eu sou pessoa que gosta de reality shows ahah), mas não acho um mau programa, acho que pode passar uma mensagem bastante importante e que sendo uma experiência social, está bastante bem conseguido.